quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ASSASSINOS QUE CHOCARAM O BRASIL VÃO A JÚRI POPULAR.

Réus confessaram ter, esquartejado e ingerido os restos mortais das vítimas. Em dois casos, venderam salgadinhos recheados com carne humana.

                                               Jorge Beltrão.
Três pessoas acusadas de matar, esquartejar, comer e comercializar salgadinhos recheados com os restos mortais de suas vítimas vão a júri popular nesta quinta-feira no Fórum de Olinda, na Região Metropolitana de Recife. Os réus Jorge Beltrão Negromonte, de 52 anos, sua mulher, Isabel Cristina Pires, 53, e a amante dele, Bruna Cristina da Silva, 28, serão julgados pela morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva, 17 anos. O crime ocorreu em Olinda, em maio de 2008. Os acusados, que estão presos desde 2012, quando a ação foi descoberta, respondem pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver. O júri será formado por sete pessoas e conduzido pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima.

                                                         Isabel Cristina e Bruna Cristina.
Duas testemunhas devem ser interrogadas nesta quinta-feira: o delegado de Homicídios de Olinda, Paulo Berenguer, que investigou o caso, e o psiquiatra forense Lamartine Hollanda, que avaliou a condição mental dos acusados. Em novembro do ano passado, um laudo elaborado a pedido da Justiça pelo Hospital Psiquiátrico de Itamará (PE) atestou que os acusados não sofriam de transtornos mentais e, por isso, poderiam responder pelos atos que cometeram — segundo a Polícia Civil, eles confessaram os crimes durante os depoimentos. 
O grupo também responde pela morte de outras duas mulheres — Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31 — em uma ação penal que tramita no fórum de Guaranhuns, no interior de Pernambuco. Este processo, ao contrário do de Olinda, está em sigilo de justiça e não tem data marcada para julgamento.
Originalmente, o júri estava marcado para o dia 20 de outubro, mas foi remarcado para esta quinta-feira porque o advogado das acusadas, Raniere Aquino de Freitas, foi preso em outubro deste ano. Ex-prefeito da cidade pernambucana de Sanharó, ele é suspeito de desviar dinheiro dos cofres municipais. Outros advogados assumiram a defesa das duas mulheres e a Defensoria Pública do Estado de Pernambuco passou a defender Negromonte.
Entenda o caso - Segundo a polícia, o grupo acreditava fazer parte de uma seita intitulada de Cartel, que pregava a redução populacional e a purificação do mundo. Em depoimento, os réus relataram que escolhiam as vítimas de acordo com missões recebidas por entidades sobrenaturais. Depois de executar as mulheres, o grupo tirava a pele, desossava e fatiava os cadáveres. Em seguida, guardava porções das nádegas, coxas e do fígado na geladeira. O restante do corpo era enterrado no quintal da casa.  Além de encontrar os restos mortais das vítimas, a polícia achou na casa um livro, escrito por Negromonte, que detalhava o modo e os motivos dos assassinatos. Os réus consideravam a ingestão de carne humana como um processo de “purificação da alma”.
No caso do processo que corre em Olinda, o grupo atraiu a moradora de rua, que na época tinha uma filha de 1 ano, oferecendo-lhe abrigo. Como não tinha condições biológicas de ter filhos, o casal Negromonte e Isabel planejava roubar a menina, segundo denúncia do Ministério Público. De acordo com a polícia, Jessica foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular. Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no quintal. 
Com Jéssica morta, Isabel assumiu a identidade dela e passou a cuidar da menina. O assassinato da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender a dupla pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, e encontrarem com eles a criança, que tinha, então, cinco anos. Na ocasião, ela foi entregue ao Conselho Tutelar. A terceira integrante do grupo, Bruna, apontada como amante de Negromonte, relatou à polícia que vendia empanadas e coxinhas feitas com os restos morais das vítimas pelas ruas de Guaranhuns.

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